top of page

A importância da higienização


Então, você chega na oficina para uma troca de rotina do filtro de cabine e o técnico te fala: "Você precisa higienizar o ar condicionado do seu carro". Dependendo da situação você pensa que pode ser papo de vendedor, afinal o cara precisa se alimentar mas, na verdade, um ar condicionado sujo vai muito além de apenas mau cheiro e baixa eficiência. Para poder entender a seriedade do problema seria ideal compreender um pouco sobre o princípio físico de funcionamento do ar condicionado então terei que me arriscar um pouco e tentar não entediar o leitor até a morte. Basicamente o ar condicionado funciona com alterações na pressão e temperatura do refrigerante, o que naturalmente altera o estado físico entre líquido e gasoso, e vice-versa, várias vezes durante o seu funcionamento. O compressor comprime o refrigerante no estado gasoso à alta pressão e então segue para o condensador que, como o nome já diz, condensa (transforma de gasoso em líquido) o refrigerante em alta pressão diminuindo sua temperatura. Após sair do condensador o refrigerante segue na forma de líquido para o evaporador onde então, através da válvula de expansão, se transforma em uma mistura de líquido e vapor muito frio. No evaporador, ou serpentina, (foto acima) a mágica da troca de calor acontece, ele é o componente que esfria o interior do veículo. É necessário que haja uma troca de calor eficiente nesta peça, ou seja, que o ar (ou vento) flua através dela sem impedimentos, do contrário a temperatura do refrigerante que se encontra dentro do evaporador não será elevada ao ponto deste se tornar inteiramente gasoso e todo o processo iniciar novamente (do evaporador o refrigerante segue de volta para o compressor). Líquidos não podem ser comprimidos, portanto se o evaporador ou filtro de cabine estiver muito sujo e a troca de calor eficiente não ocorrer, refrigerante líquido chegará ao compressor. O compressor então tentará comprimir o refrigerante líquido mas acabará, na verdade, sendo danificado (quebra de pistão, eixo, rolamento, corpo do compressor e, mais comumente, quebra ou empeno da placa de válvulas ou válvula de controle). Lembrando que o compressor é o componente mais caro do sistema.

Se o prejuízo da troca de um compressor não for argumento suficiente para convencer os mais céticos, a sua saúde deveria ser. Devido à umidade, falta de luz, mobilidade do veículo e eficiência limitada dos filtros de cabine, o evaporador e a caixa evaporadora tornam-se um ambiente muito propício ao crescimento de fungos, bactérias e acumulo de mofo e poeira, causando ataques alérgicos em pessoas que sofrem de rinite, sinusite ou alguma alergia. Esses ataques desencadeiam uma série de sintomas variando, de acordo com cada pessoa, desde coceira na garganta e vermelhidão nos olhos até inchaço na garganta. Ainda é possível que estes sintomas se mostrem em pessoas sem nenhum histórico prévio.


A melhor maneira de manter a saúde e o sistema sem problemas, é seguir a orientação dos fabricantes de realizar a troca do filtro de cabine a cada 6 meses ou 10 mil kms, o que ocorrer primeiro e realizar uma higienização a cada 40 mil km ou 2 anos, o que ocorrer primeiro. Você prolongará a vida útil dos componentes do ar condicionado do veículo e reduzirá, de forma significativa, a probabilidade de problemas de saúde.


Até a próxima!


Sobre o autor

Cicero Isaac Brito Diniz tem 31 anos de idade e é estudante de Engenharia Mecânica pela UNIP. Atua como consultor para a Doutorfrio, empresa de seus pais, e cresceu dentro da oficina.

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page